30/10/2011 Carros do Álvaro — Cruze e Jetta revivem disputa dos anos 80.
Julho de 1988. A briga na pista era pelo título de carro mais moderno do país.
No páreo, os sedãs médios Chevrolet Monza e VW Santana, ambos com motor 2.0. O modelo GM, então vice-líder de vendas (só perdia para o Gol), levou a melhor.
Quase três décadas depois, o segmento inflou com novidades alheias e acabou indo parar nas mãos dos competentes sedãs japoneses.
Julho de 1988. A briga na pista era pelo título de carro mais moderno do país.
No páreo, os sedãs médios Chevrolet Monza e VW Santana, ambos com motor 2.0. O modelo GM, então vice-líder de vendas (só perdia para o Gol), levou a melhor.
Quase três décadas depois, o segmento inflou com novidades alheias e acabou indo parar nas mãos dos competentes sedãs japoneses.
Chevrolet Cruze (à esq.) e Volkswagen Jetta revivem o duelo entre Monza e Santana
Com o lançamento do Chevrolet Cruze e do novo VW Jetta, os dois grandes fabricantes mostram que estão (realmente) de volta ao páreo e, de quebra, reeditam a saudosa disputa entre seus sedãs. E novamente a vitória fica com um modelo Chevrolet.
Grande parte da superioridade do Cruze deve-se ao novo motor 1.8 "flex" (144 cv), abençoado por um coletor de admissão e válvulas continuamente variáveis.
É ele que dá disposição ao carro em qualquer faixa de rotação e, diferentemente do antiquado 2.0 "flex" do Vectra, tem consumo relativamente baixo para seu porte: 6,4 km/l de álcool na cidade, aponta o teste Folha-Mauá.
Mas bem que o câmbio automático de seis marchas poderia ser um pouquinho mais esperto nas trocas...
SÍNDROME DE MONZA
Se a Chevrolet quis privilegiar tanto o conforto, por que então não caprichou no sistema de isolamento acústico? A partir dos 110 km/h, os ocupantes são obrigados a elevar o volume da conversa.
Ninguém, porém, vai reclamar da falta de itens de segurança. Controles eletrônicos de estabilidade e de tração, freios com assistência para emergências e rodas aro 17, por exemplo, também vêm nesta versão intermediária, de R$ 70 mil.
Pelo Jetta automático, a Volkswagen pede o mesmo e não entrega uma lista de equipamentos tão extensa.
Mas o básico está lá: airbag duplo, ABS, sensor de estacionamento e ar-condicionado, além de retrovisores antiembaçamento.
Já o desempenho do veterano motor 2.0 "flex" (120 cv) não faz jus à dupla saída de escape nem ao visual pra lá de arrojado do sedã.
Na prova de 0 a 100 km/h, o Jetta cravou 12,8s -quase um segundo mais lento que o Cruze e outros rivais diretos, como o Renault Fluence, atual referência do segmento.
A favor do sedã Volkswagen está o ótimo acerto do chassi. Ao volante, você tem a impressão de estar conduzindo um modelo Audi.
Se pular para a versão turbo, de 200 cv e R$ 89 mil, terá certeza disso.
Como todo carro de projeto coreano, o Chevrolet Cruze tem interior arrojado.
O painel bipartido traz elementos metalizados, e os vários mostradores coloridos impressionam.
Ao lado do pragmático Toyota Corolla, por exemplo, o GM parece uma nave espacial por dentro -a marca realmente precisa externar que evoluiu no segmento.
O Jetta é mais discreto e acaba harmonizando melhor o estilo da cabine com o da carroceria vanguardista, sem polemizar. Funcionava assim com o Santana nos anos 80.
"Naquela época, Monza e Santana eram a referência máxima em sofisticação e tecnologia. Tínhamos essa percepção por não haver concorrência, o mercado era fechado", lembra o bancário aposentado Altair Airoso, 63, que já teve os dois veteranos na garagem e hoje anda de Jetta.
O cenário mudou, e o Brasil ganhou importância: Jetta e Cruze chegaram ao país quase que simultaneamente a outros mercados.
O modelo da Chevrolet é atualmente o de maior sucesso global da marca. No Brasil, conquistou o segundo lugar no ranking de vendas na primeira quinzena de comercialização. O Corolla é o sedã médio mais vendido, e o Jetta já aparece em terceiro.
Mas vale lembrar que a nova geração do Honda Civic chega entre dezembro e janeiro e vai bagunçar esse pódio.
E desde a semana passada já está nas lojas Mitsubishi a versão de entrada do Lancer (R$ 68 mil). Ela prepara terreno para a breve nacionalização do sedã japonês.
Com o lançamento do Chevrolet Cruze e do novo VW Jetta, os dois grandes fabricantes mostram que estão (realmente) de volta ao páreo e, de quebra, reeditam a saudosa disputa entre seus sedãs. E novamente a vitória fica com um modelo Chevrolet.
Grande parte da superioridade do Cruze deve-se ao novo motor 1.8 "flex" (144 cv), abençoado por um coletor de admissão e válvulas continuamente variáveis.
É ele que dá disposição ao carro em qualquer faixa de rotação e, diferentemente do antiquado 2.0 "flex" do Vectra, tem consumo relativamente baixo para seu porte: 6,4 km/l de álcool na cidade, aponta o teste Folha-Mauá.
Mas bem que o câmbio automático de seis marchas poderia ser um pouquinho mais esperto nas trocas...
SÍNDROME DE MONZA
Se a Chevrolet quis privilegiar tanto o conforto, por que então não caprichou no sistema de isolamento acústico? A partir dos 110 km/h, os ocupantes são obrigados a elevar o volume da conversa.
Ninguém, porém, vai reclamar da falta de itens de segurança. Controles eletrônicos de estabilidade e de tração, freios com assistência para emergências e rodas aro 17, por exemplo, também vêm nesta versão intermediária, de R$ 70 mil.
Pelo Jetta automático, a Volkswagen pede o mesmo e não entrega uma lista de equipamentos tão extensa.
Mas o básico está lá: airbag duplo, ABS, sensor de estacionamento e ar-condicionado, além de retrovisores antiembaçamento.
Já o desempenho do veterano motor 2.0 "flex" (120 cv) não faz jus à dupla saída de escape nem ao visual pra lá de arrojado do sedã.
Na prova de 0 a 100 km/h, o Jetta cravou 12,8s -quase um segundo mais lento que o Cruze e outros rivais diretos, como o Renault Fluence, atual referência do segmento.
A favor do sedã Volkswagen está o ótimo acerto do chassi. Ao volante, você tem a impressão de estar conduzindo um modelo Audi.
Se pular para a versão turbo, de 200 cv e R$ 89 mil, terá certeza disso.
Como todo carro de projeto coreano, o Chevrolet Cruze tem interior arrojado.
O painel bipartido traz elementos metalizados, e os vários mostradores coloridos impressionam.
Ao lado do pragmático Toyota Corolla, por exemplo, o GM parece uma nave espacial por dentro -a marca realmente precisa externar que evoluiu no segmento.
O Jetta é mais discreto e acaba harmonizando melhor o estilo da cabine com o da carroceria vanguardista, sem polemizar. Funcionava assim com o Santana nos anos 80.
"Naquela época, Monza e Santana eram a referência máxima em sofisticação e tecnologia. Tínhamos essa percepção por não haver concorrência, o mercado era fechado", lembra o bancário aposentado Altair Airoso, 63, que já teve os dois veteranos na garagem e hoje anda de Jetta.
O cenário mudou, e o Brasil ganhou importância: Jetta e Cruze chegaram ao país quase que simultaneamente a outros mercados.
O modelo da Chevrolet é atualmente o de maior sucesso global da marca. No Brasil, conquistou o segundo lugar no ranking de vendas na primeira quinzena de comercialização. O Corolla é o sedã médio mais vendido, e o Jetta já aparece em terceiro.
Mas vale lembrar que a nova geração do Honda Civic chega entre dezembro e janeiro e vai bagunçar esse pódio.
E desde a semana passada já está nas lojas Mitsubishi a versão de entrada do Lancer (R$ 68 mil). Ela prepara terreno para a breve nacionalização do sedã japonês.
Fonte disponível no(a): Folha.com.br
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