Novo Fusion 2.0 |
Esse é o Malibu LTZ, importado dos EUA |
Este é o visual do Azera |
Os carros aqui reunidos representam propostas de três escolas diferentes. Fusion e Malibu são projetos americanos, o primeiro “hecho en México”, o segundo “fabriqué au Canada”, mas com estilos bem diferentes. O Fusion é mais esportivo. Seu design tem um visual agressivo, conseguido por cortes oblíquos nas formas da grade dianteira e das lanternas traseiras. Internamente, a esportividade aparece nas superfícies metalizadas, no painel, e nos bancos de couro, com costuras de linha branca.
O Malibu, por sua vez, demonstra uma forte inclinação para o estilo retrô, mostrando referências aos Chevrolet dos anos 50 e 60, com maior influência do esportivo Corvette, tanto por fora, em detalhes como o desenho das lanternas traseiras, como por dentro, no painel formando dois nichos (motorista e passageiro) bem definidos.
O Azera “guksan” (em coreano, produto nacional) prima pela discrição. Ao contrário do Sonata, cheio de vincos e volumes, o Azera parece concebido para não chamar atenção. Sua grade dianteira é comum e falta ousadia aos faróis. No entanto, dois detalhes o absolvem da acusação de falta de personalidade: a linha que desenha os para-lamas traseiros e o painel com desenho clássico.
Os três sedãs se revezam na apresentação das qualidades. O Azera, por exemplo, se diferencia por ser o único a trazer repetidores de pisca nos retrovisores e volante com ajustes elétricos, um recurso que muito sedã de luxo não tem. No Fusion, a exclusividade fica por conta da chave completa (com controle remoto para abertura de portas) e da paleta com sete opções de cores para iluminação do painel. E só o Malibu tem os limpadores do para-brisa do tipo flat blade, rodas aro 18 e alto-falantes Bose.
Os projetistas coreanos tiveram mais cuidado na seleção dos materiais de acabamento. No Azera, as peças têm melhor aparência e são mais agradáveis ao toque. No Chevrolet houve mistura de materiais. Na parte superior do painel, por exemplo, a superfície é macia. Mas o console é de plástico áspero. Como aspectos positivos, no Malibu vale destacar o bom efeito do filete que imita madeira e se estende do painel até as portas e os botões emborrachados do sistema de som. No Ford, predomina o plástico duro que some apenas no compartimento dos instrumentos e no alto das laterais das portas revestidas com o mesmo couro (sintético) dos bancos.
O espaço interno é maior no Malibu (veja as dimensões nas fichas técnicas). Mas o Azera é muito mais atencioso com quem viaja no banco de trás. Ele é o único a ter saídas de ar-condicionado voltadas para a região traseira da cabine. O Malibu vem com uma exclusiva tomada de 110 V, ao lado da de 12 V, mas não oferece mais nada aos passageiros de trás, nem o descansa-braço entre os assentos, como existe nos demais. E o Fusion é o pior. Sem ar-condicionado e sem tomadas na segunda fila.
A Ford também economizou no acabamento do compartimento do motor. Na dianteira, o Fusion é o único que não possui uma tampa para esconder cabos e mangueiras e também só ele obriga o motorista a levantar o pesado capô com as mãos. Os outros dois têm os motores com tampas estilizadas e não exigem esforço algum para abrir e fechar o capô, sustentado por amortecedores. No portamalas, o carpete do Azera é de melhor qualidade em comparação com o dos rivais. Mas a GM providenciou um tapete sobreposto ao carpete que disfarça bem esse ponto fraco no Malibu.
Dinamicamente, os três apresentam receitas que combinam conforto e dirigibilidade em doses equilibradas, embora em porções diferenciadas. Condizente com seu visual, o Fusion é o dono da direção mais pesada e da suspensão mais firme. Ele permite um modo de direção com mais atitude por parte do motorista. O Malibu tem a direção um pouco lenta, o que convida o motorista a relaxar e conduzir no mesmo ritmo. Mas sua suspensão consegue um bom compromisso entre suavidade e estabilidade. O melhor conjunto fica com o Azera, que esquece a timidez revelada no design para apresentar respostas eficientes mesmo tendo a direção leve e a suspensão macia. No dia a dia, o motorista se sente a bordo de um carro confortável, mas ao mesmo tempo rápido, que transmite confiança nas manobras.
O Azera também demonstrou superioridade no conjunto mecânico. Seu motor 3.0 V6 de 245 cv é bem mais forte que o 2.5 de 173 cv do Fusion e que o 2.4 de 171 cv do Malibu, esses de quatro cilindros. Na transmissão, o Hyundai conta com uma caixa sequencial de cinco marchas, com a opção de trocas manuais, na alavanca. Por sua vez, o Malibu se vale de um sistema sequencial de seis marchas, com trocas no volante, e o Fusion tem um sistema de seis marchas automático convencional.
Na pista de testes, deu a lógica. Ou seja: o Azera disparou na frente. Nas provas de aceleração de 0 a 100 km/h, ficou com o tempo de 8,2 segundos, enquanto o Fusion gastou 10,4 segundos e o Malibu, 10,7 segundos. Nas medições de consumo, também não houve surpresas. Quem andou mais gastou mais. O Hyundai foi para o fim da fila, com as médias de 7,4 km/l na cidade e 11 km/l na estrada, contra 8 e 12,6 km/l conseguidas pelo Chevrolet, respectivamente. A dianteira ficou com o Ford, com 9,1 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada.
O Malibu conseguiu ser o primeiro nas provas de frenagem. Vindo a 80 km/h, ele precisou de exatamente 25 metros para parar, sendo seguido pelo Azera, com a distância de 25,8 metros e, por último, pelo Fusion, que percorreu 28,3 metros até a parada. Todos têm ABS. O Malibu é o único que dispõe de discos ventilados nas quatro rodas. Os outros têm discos ventilados na frente e sólidos atrás.
Em relação aos equipamentos, os sedãs são bem servidos. Todos têm ar-condicionado, airbags, ESP e piloto automático, entre outros itens. O Malibu vem com um pacote fechado, portanto, tudo o que se vê nas fotos é de série. O Fusion tem apenas o teto solar como opcional. E o Azera dispõe de uma lista de recursos complementares. A versão apresentada aqui traz todos: teto solar elétrico, faróis de xenônio, sistema de som Infinity e bancos elétricos com memórias. Com exceção do Fusion, que é apresentado em duas versões –2.5 SEL e 3.0 V6 SEL –, os demais têm apenas uma configuração.
Aqui, optamos pela versão de quatro cilindros do Fusion, por esta ter o preço mais interessante. O Fusion 2.5 SEL custa 80 920 reais, enquanto o 3.0 V6 SEL sai por 99 900 reais. O Azera tem preço sugerido de 90 000 reais, na versão básica. E o Malibu sai por 89 900 reais. Em maio do ano passado, nós fizemos um teste comparativo entre o Azera e o Fusion V6, em que houve maior equilíbrio entre os dois na pista, mas o Ford ficou em desvantagem no preço. No que diz respeito ao pósvenda, a Hyundai tem a seu favor a bandeira da garantia longa, de cinco anos, enquanto a Ford oferece três anos e a GM, apenas um. Em compensação, as rivais acenam com redes de assistência maiores e peças com preços menores. Fizemos uma rápida pesquisa com proprietários de Azera e de Fusion (o Malibu ainda é muito novo no mercado) e descobrimos que os moradores de São Paulo (capital) estão satisfeitos com o atendimento e com os serviços das autorizadas Hyundai e Ford. Mas no interior de São Paulo e em outros estados houve queixas contra as duas marcas quanto à qualidade dos serviços prestados.
No fim do comparativo, a conclusão é que qualquer um dos três modelos tem todas as condições de contentar o consumidor exigente que parte de um sedã médio como Corolla ou Civic. O upgrade é considerável. O comprador pode optar por um deles levando em conta apenas o gosto pessoal, sem medo de se arrepender. Isso mostra que o amadurecimento do mercado não se dá apenas em número de opções, mas também na qualidade dos produtos. Racionalmente, porém, analisando preço, acabamento, quantidade de equipamentos e desempenho, o Azera oferece mais vantagens, seguido pelo Fusion e este pelo Malibu.
MALIBU
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
A direção é um pouco lenta. Já os freios se mostraram eficientes. E a suspensão tem bom compromisso entre conforto e estabilidade.
XXXX
MOTOR E CÂMBIO
Tem trocas no volante, mas as relações de marcha são longas. Seu consumo foi maior que o do Fusion, de quatro cilindros.
XXX
CARROCERIA
O design é bonito, com atenção nos mínimos detalhes, e o acabamento é superior ao do Fusion.
XXX
VIDA A BORDO
O Malibu é espaçoso, bem equipado e silencioso ao rodar.
XXXX
SEGURANÇA
Tem ABS, controle de tração, ESP e seis airbags.
XXXX
SEU BOLSO
Custa tanto quanto o Azera, é menos equipado e tem motor V6. Sua garantia é de um ano apenas.
XXX
FUSION
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
Seus freios perdem em eficiência para os dos rivais. Direção e suspensão têm calibragens ligeiramente mais rígidas.
XXX
MOTOR E CÂMBIO
O motor tem fôlego. O Fusion foi o mais econômico do teste, mas o câmbio não vai além do convencional.
XXXX
CARROCERIA
O último face-lift deixou o Fusion mais esportivo e chamativo, apesar de os projetistas terem abusado do plástico.
XXX
VIDA A BORDO
Ele tem ar-condicionado dual-zone e volante multifuncional. Mas é desatento com quem viaja no banco traseiro.
XXX
SEGURANÇA Vem com ABS, controle de tração e ESP e seis airbags.
XXXX
SEU BOLSO
Ele não é tão bem equipado como o Azera, mas custa menos. Tem três anos de garantia.
XXXX
AZERA
DIREÇÃO, FREIO E SUSPENSÃO
A direção é leve e a suspensão é macia, porém estável. E os freios param com segurança.
XXXX
MOTOR E CÂMBIO
Além de ser maior e mais potente que o dos rivais, o motor trabalha em harmonia com o câmbio, sem ruídos e vibrações, com respostas rápidas.
XXXX
CARROCERIA O estilo é muito conservador, mas o interior clássico agrada. O acabamento tem qualidade superior.
XXXX
VIDA A BORDO O volante tem ajuste elétrico, assim como os bancos. Quem viaja atrás tem porta-revistas, tomada 12 V e saídas de ar-condicionado.
XXXX
SEGURANÇA
Tem ABS, controle de tração, ESP e seis airbags.
XXXX
SEU BOLSO
Ele custa mais que o Fusion, mas oferece melhor custo-benefício. Sua manutenção é mais cara. A garantia é de cinco anos.
XXXX
Resultados:
Segundo lugar:
Com 21 pontos, o Malibu empatou com o Fusion |
O Fusion também teve 21 pontos, empatando com o Malibu LTZ |
Este é o painel do Azera, campeão do comparativo com 24 pontos. |
Fonte: Quatro Rodas
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